A estiagem nos rios do Amazonas continua preocupante em várias regiões. Em Manaus, o Rio Negro apresenta uma leve estabilização, mas ainda está em queda. Nos últimos sete dias, o nível do rio baixou 32 centímetros, atingindo 12,18 metros nesta quinta-feira (31). Há a possibilidade de que o repiquete faça com que o Rio Negro alcance as duas menores cotas da história apenas neste ano, conforme dados do Serviço Geológico do Brasil (SGB).
De acordo com o SGB, a instabilidade do Rio Negro deve continuar até dezembro, uma vez que a quantidade de chuvas nas últimas semanas ficou abaixo da média.
O estado enfrenta a pior seca da sua história em termos de impactos econômicos e sociais. De acordo com a Defesa Civil do Amazonas, mais de 800 mil pessoas estão sendo afetadas pelo baixo nível dos rios, e os prejuízos já superam R$ 620 milhões em 2024. Todas as cidades do estado estão em situação de emergência.
Em Manaus, o Rio Negro atingiu 12,11 metros, o menor nível já registrado em mais de 120 anos de medição. Esse fenômeno alterou o cenário do Encontro das Águas e levou a prefeitura de Manaus a fechar a Praia da Ponta Negra.
Na orla, bancos de areia surgiram no meio do rio, forçando as embarcações a se afastarem cada vez mais do local onde costumavam atracar, próximo à via pública. Essa situação também impactou o escoamento da produção das empresas do Polo Industrial da capital, que tiveram que instalar um píer flutuante em Itacoatiara para facilitar o recebimento de insumos e o envio de mercadorias produzidas pela indústria.
Níveis do Rio Negro em Manaus:
“Os níveis aqui ainda estão descendo. Apesar de que Tabatinga, que fica no Rio Solimões, o nível do rio lá está aumentando, aqui ainda está diminuindo. A cota crítica da cidade de Manaus é a cota 16 metros, que é a cota que há interdição da Ponta Negra. Atualmente, estamos em torno de 12,20, e nossa previsão é que fique abaixo da cota 16 até dezembro”, disse a diretora de Hidrologia e Gestão Territorial do SGB, Alice Castilho.
A expectativa é que o período chuvoso possa acelerar a subida do rio, mas a previsão de chuvas está abaixo da média para o período.
Além disso, o SGB apresentou nesta quinta-feira um relatório sobre o deslizamento de terras no Porto da Terra Preta, ocorrido em Manacapuru no início do mês, apontando os fatores que contribuíram para o desastre. “Foi terras caídas”, resumiu a pesquisadora do SGB, Jussara Cury.
FONTE: Por G1 AM