
A dúvida sobre o traslado do corpo da brasileira que morreu em um vulcão na Indonésia chegou ao fim. A prefeitura de Niterói (RJ), cidade natal de Juliana Marins, assumiu o compromisso de arcar com a logística e custos do processo. O anúncio foi feito na noite desta quarta-feira (25).
Pelas redes sociais, o prefeito da cidade, Rodrigo Neves (PDT), disse que conversou com a família da brasileira e assumiu o compromisso da administração em cuidar do traslado.
“Conversei com Mariana, irmã de Juliana, e reafirmei o compromisso da prefeitura de Niterói com o translado da jovem para nossa cidade, onde será velada e sepultada. Que Deus conforte o coração da linda família de Juliana e de todos os seus amigos e amigas”, declarou o prefeito.
Em nota, a prefeitura de Niterói disse que o acordo inclui também os procedimentos para o sepultamento da publicitária, que será velada e enterrada na cidade da região metropolitana do Rio.
Responsabilidade por traslado
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil (Itamaraty) informou que não pode custear essa despesa. Esta limitação baseia-se no § 1º do artigo 257 do Decreto 9.199/2017, que estabelece que a assistência consular não inclui o custeio de sepultamento ou traslado de corpos de cidadãos brasileiros falecidos no exterior, salvo exceções em situações humanitárias.
O Itamaraty esclarece que sua atuação em casos de falecimento no exterior se restringe a prestar orientações gerais aos familiares, apoiar contatos com o governo local e emitir documentos, como o atestado consular de óbito, após a conclusão dos trâmites locais.
Diante dessa impossibilidade por parte do governo, o ex-jogador de futebol Alexandre Pato chegou a se oferecer para cobrir os custos do traslado do corpo de Juliana para o Brasil.
O corpo de Juliana já foi reconhecido pela família e deve passar por exame de necrópsia nesta quinta-feira (26), em uma cidade a cerca de duas horas da base da montanha. A repatriação do corpo para o Brasil será organizada posteriormente pelas autoridades competentes.
Relembre o caso
Na manhã de terça-feira (24), Juliana Marins foi encontrada morta na Ilha de Lombok, na Indonésia, após quatro dias de diligências que contaram com a mobilização de familiares, amigos e milhares de brasileiros nas redes sociais.
O acidente de Juliana Marins ocorreu na última sexta-feira (20), quando ela tropeçou, escorregou e caiu a cerca de 300 metros da trilha no vulcão Rinjani. Após a queda, ela conseguia mover apenas os braços e olhar para cima. Um grupo de turistas avistou-a cerca de três horas depois do acidente e alertou a família pelas redes sociais, enviando a localização exata, fotos e vídeos, incluindo imagens de drone.
As operações de resgate enfrentaram desafios severos. A região do vulcão Rinjani é de difícil acesso, com terreno íngreme, muita neblina que reduzia drasticamente a visibilidade, e pedras escorregadias devido ao sereno. As buscas foram interrompidas diversas vezes por condições climáticas adversas.
Após quatro dias de buscas intensas e dificultadas, a família e o Itamaraty confirmaram que Juliana Marins foi encontrada morta nesta terça-feira (24). O corpo de Juliana foi içado na manhã de quarta-feira (25), horário local da Indonésia, e transportado ao Posto Sembalun para então ser levado ao Hospital Bayangkara.
O vulcão Rinjani possui um histórico preocupante: desde 2020, foram registradas 8 mortes e cerca de 180 acidentes no local. Turistas e especialistas criticaram a precariedade da infraestrutura de segurança e a falta de planejamento e equipamentos adequados no parque, apontando ausência de sinalização e socorro lento.
FONTE: Por CNN