FVS diz que aumento no número de casos de Covid-19 está relacionado ao aumento de casos de SRAG.
O número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) nos dois primeiros meses de 2021 é nove vezes maior que o registrado no mesmo período de 2020, no Amazonas. A síndrome é causada pelo agravamento de outras doenças respiratórias, como a Covid-19.
Nos dois primeiros meses deste ano foram registrados um total de 9.762 casos de SRAG em todo o Amazonas, sendo 8.146 em janeiro, e 1.616 em fevereiro. No mesmo período do ano passado, apenas 231 casos graves da síndrome foram registrados, sendo 98 em janeiro e 123 em fevereiro.
Os dados são da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM), que explicou ao G1 que o aumento está relacionado diretamente com a entrada do coronavírus no estado. Desde o início da pandemia, o Amazonas registra mais de 300 mil casos e 11 mil mortes.
Além disso, os sintomas da SRAG são bem similares aos sintomas da Covid-19, o que requer uma avaliação detalhada para o diagnóstico e dar início ao tratamento.
O enfermeiro da FVS e responsável técnico pelo monitoramento das SRAGs, Alexsandro Melo, disse que o salto no número de casos se deu em decorrência do novo coronavírus. Nos dois primeiros meses de 2020, nenhum caso de Covid-19 havia sido registrado, e, por isso, os números se mantiveram relativamente baixos, segundo o técnico.
“Foi justamente pela entrada do coronavírus no Amazonas que o número de casos de SRAG deu um salto. Com a introdução vírus causador da Covid-19, por exemplo, aumentou também significativamente o número de internações de SRAG”, explicou.
É só no decorrer da internação que o médico vai conseguir diagnosticar e dizer a causa da síndrome daquele paciente, já que a SRAG é causada por outras doenças respiratórias.
De acordo com a FVS, a Síndrome Respiratória Aguda (SRAG) é causada por outras doenças respiratórias, como a Influenza H1N1, Adenovírus, e mais recentemente, o novo coronavírus. Os sinais e sintomas mais comuns da SRAG são: febre, tosse, dor de cabeça, dor de garganta, dificuldade para respirar, falta de ar e falta de apetite, entre outros.
“Na maioria dos casos de síndrome gripal, o paciente fica doente, adquire o vírus e o próprio organismo pode combater o vírus. Em algumas outras situações, ele vai necessitar de algum medicamento, mas normalmente ela pulsa de forma branda. Na questão do SRAG não, ele leva o doente a uma hospitalização”, disse o técnico.
Mortes por SRAG
O número de mortes pela síndrome respiratória aguda grave também teve um aumento significativo. Os meses de janeiro e fevereiro de 2020 registraram um total de 26 óbitos por SRAG. Já em 2021, janeiro e fevereiro somam 5.964 mortes por SRAG.
“A síndrome não vai levar a óbito. Infelizmente o que pode levar a óbito é a resposta do organismo ao vírus. De certa forma, o dano que o vírus vai causar no vírus”, concluiu o técnico.
Incidência e Prevenção
Ainda segundo a FVS, o período com maior incidência de casos de SRAG costuma ser de novembro a maio, quando acontece o inverno amazônico.
Por ser uma doença respiratória, as medidas mais indicadas são as mesmas já indicadas no tratamento de Covid-19 e de outras doenças respiratórias. O isolamento domiciliar, o uso da máscara, a lavagem das mãos e a utilização do álcool gel são apontadas como medidas que ajudam na prevenção.
FONTE: Por Rebeca Beatiz, G1 AM